Canto da Poesia

Poetizando com a vida
"A descoberta mais importante que fiz para os amantes de poema ou uma bela canção, é que podem ser escritos mesmo sem rimas usando apenas o som e o tom do coração" (Helena Bernardes)

A vida sem amor
Autora: Helena Bernardes

Imaginar a vida sem amor

È como o peixe fora d’água

Como espinho sem a flor

E a distância sem saudade

O céu sem o tom azulado

Os pássaros sem revoada

A noite sem as estrelas

E o rio sem cachoeira

É a terra sem a semente

Alegria sem estar contente

Fazer carinho sem chamego

E abraçar sem aconchego

É namoro sem avanços

Rede sem doce balanço

Fazer sexo sem vontade

...E viver pela metade!


Helena
Autor: Eduardo de Paula Barreto

Helena é dona dos cabelos que afago,

Dos lábios que mastigo,
Do ventre que invado,
Da libido que instigo.

Helena é dona dos seios que me embriagam,
Das curvas onde escorrego,
Das pernas que me embaraçam,
Dos encantos aos quais me entrego.

Helena é dona dos sonhos que acalento,
Da magia que me permite ter esperança,
De cada agradável e inesquecível momento,
A mais pura música e a mais sensual dança.

Helena é dona do suor que transpiro,
Dos poemas que ainda não escrevi,
Das emoções pelas quais suspiro
E é por causa dela que jamais parti.

Helena é dona do livro da minha vida,
Modelo no qual se espelham as flores dos jardins,
A sempre disponível guarida
E simplesmente a eterna dona de mim.

Quase sem dor
Autora: Helena Bernardes
Homenagem à minha mãe "Dona Preta "

O som da chuva caindo no telhado
Transporta-me para tempos passados
Crianças risonhas, ingênuas e peladas
Correndo dentro de valas de enxurrada

O trovão assusta, mamãe fala
“Olha o raio” crianças danadas
Testa enrugada sai da sala
Ha! Teimosia é surra de vara!

Corre um pra lá, outro pra cá
O Chicote chia... “vem aqui já”!
Maninha chora, esfrega os olhinhos
O cachorro late e sai de fininho.

Cabelo escorrido na cara
Olhos vermelhos, arrepios de frio
Então mamãe pára e repara
“Vai já, tomar um banho quentinho”!

Cheiro de açúcar queimado
Leite no bule com casca de canela
Fogão de lenha, labareda alta
Borbulha tudo em preta panela.

Lá vem um lindo anjo
“Tá docinho e bem quentinho”
Faz cafuné e dá carinho
É mamãe com seu jeitinho!

Olho pela janela e a chuva foi
O que importa? Ela está morta!
E muda e triste compreendo tudo
É só o amor.... Quase sem dor!